segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Fantástico sobre o Teste do Pezinho (Reportagem)




Para vocês entenderem melhor a trajetória do Teste do Pezinho nós postamos uma reportagem do Fantástico do dia 26 de março de 2006 sobre o surgimento do teste do pezinho no Brasil e a importância para fenilcetonúricos. Contém vários depoimentos de pessoas com essa doença e pais destes dizendo sobre esse enorme passo: o Teste do Pezinho sendo direito de todos no Brasil!

26.03.2006
Diagnóstico precoce

"O Fantástico participou da luta para que todos tivessem o direito a esse exame tão simples, mas tão importante.

“Eu me lembro da reportagem. Mais ou menos, porque já faz um tempinho”, conta o estudante Rodrigo Oliveira, de 27 anos.

Em 1986, Rodrigo, com 7 anos, foi entrevistado pela repórter Helena de Grammont. Ele é portador de uma doença hereditária grave: a fenilcetonúria.

“Além de estudar, gosto de ficar em volta da piscina”, disse o menino, na época.

Rodrigo foi a primeira criança do Brasil a ser salva pelo teste do pezinho. Júlia não gostou nada da espetadinha no pé...Te

“Quando ela crescer, ela vai agradecer, porque isso é muito importante”, garante o enfermeiro Marcus Augustus Logarzo.

(...)

“Eu não ser porquê, não tenho essa informação”, declara a mãe de Júlia, Nicole de Almeida.

O teste chegou ao Brasil há 30 anos e identifica se o bebê é portador de doenças hereditárias graves, entre elas, a fenilcetonúria. O organismo de quem possui a doença não consegue processar alimentos ricos em proteínas, como carnes, leite e feijão.

“Ela passa a não aprender, começa a apresentar convulsões. Isso já é detectado a partir dos seis meses de idade. Não há possibilidade de reversão”, esclarece o biólogo e coordenador do laboratório da APAE de São Paulo, José Eduardo Lauandos.

Uma em cada 12 mil crianças nasce com fenilcetonúria. É uma doença incurável, que exige uma dieta rigorosa para a vida inteira. Carnes de todos os tipos são proibidas.

“Eles podem comer arroz, frutas, verduras, mas de forma controlada”, declara a nutricionista Beatriz Frangipani.

Só o diagnóstico precoce pode evitar as seqüelas.

“A minha mãe descobriu que a doença quando eu tinha 1 ano e meio”, conta a auxiliar de cozinha Vivian Delfino.

(...)

Quem deu o alarme, na época, foi a enfermeira Tereza de Freitas, da Universidade Federal Fluminense. Ela publicou uma pesquisa que apontava que 62% dos médicos do Rio de Janeiro e 53,8% dos de São Paulo nunca tinham ouvido falar no teste do pezinho. Uma situação grave, que o Fantástico denunciou.

(...)

O Programa Nacional de Triagem Neonatal do Ministério da Saúde calcula que ainda hoje no Brasil um quarto dos recém-nascidos não faz o teste do pezinho. A pior situação é a do Piauí, onde mais da metade dos bebês – 53% - não são examinados.

Em Cabeceiras do Piauí, a 93 quilômetros de Teresina, muitas mães não sabem o que é o exame.

“Em uma questão de tempo eu espero que a gente vá ter, daqui a muito pouco tempo, 100% de cobertura que é o objetivo de todos nós”, avalia a presidente da Sociedade Brasileira de Triagem Neonatal, Tânia de Carvalho.

O problema é que os bebês não podem esperar. A corrida contra o tempo foi o que salvou Rodrigo, há mais de 20 anos. Hoje, ele só precisa se preocupar com a dieta, para levar uma vida normal.

“O maior beneficiado sou eu”, afirma."



Para ver a reportagem na íntegra: http://fantastico.globo.com/Jornalismo/Fantastico/0,,AA1165284-4005-0-0-26032006,00.html

by: Amanda Biete



Nenhum comentário: