26.03.2006
Diagnóstico precoce
"O Fantástico participou da luta para que todos tivessem o direito a esse exame tão simples, mas tão importante.
“Eu me lembro da reportagem. Mais ou menos, porque já faz um tempinho”, conta o estudante Rodrigo Oliveira, de 27 anos.
Em 1986, Rodrigo, com 7 anos, foi entrevistado pela repórter Helena de Grammont. Ele é portador de uma doença hereditária grave: a fenilcetonúria.
“Além de estudar, gosto de ficar em volta da piscina”, disse o menino, na época.
Rodrigo foi a primeira criança do Brasil a ser salva pelo teste do pezinho. Júlia não gostou nada da espetadinha no pé...Te
“Quando ela crescer, ela vai agradecer, porque isso é muito importante”, garante o enfermeiro Marcus Augustus Logarzo.
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“Eu não ser porquê, não tenho essa informação”, declara a mãe de Júlia, Nicole de Almeida.
O teste chegou ao Brasil há 30 anos e identifica se o bebê é portador de doenças hereditárias graves, entre elas, a fenilcetonúria. O organismo de quem possui a doença não consegue processar alimentos ricos em proteínas, como carnes, leite e feijão.
“Ela passa a não aprender, começa a apresentar convulsões. Isso já é detectado a partir dos seis meses de idade. Não há possibilidade de reversão”, esclarece o biólogo e coordenador do laboratório da APAE de São Paulo, José Eduardo Lauandos.
Uma em cada 12 mil crianças nasce com fenilcetonúria. É uma doença incurável, que exige uma dieta rigorosa para a vida inteira. Carnes de todos os tipos são proibidas.
“Eles podem comer arroz, frutas, verduras, mas de forma controlada”, declara a nutricionista Beatriz Frangipani.
Só o diagnóstico precoce pode evitar as seqüelas.
“A minha mãe descobriu que a doença quando eu tinha 1 ano e meio”, conta a auxiliar de cozinha Vivian Delfino.
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Quem deu o alarme, na época, foi a enfermeira Tereza de Freitas, da Universidade Federal Fluminense. Ela publicou uma pesquisa que apontava que 62% dos médicos do Rio de Janeiro e 53,8% dos de São Paulo nunca tinham ouvido falar no teste do pezinho. Uma situação grave, que o Fantástico denunciou.
O Programa Nacional de Triagem Neonatal do Ministério da Saúde calcula que ainda hoje no Brasil um quarto dos recém-nascidos não faz o teste do pezinho. A pior situação é a do Piauí, onde mais da metade dos bebês – 53% - não são examinados.
Em Cabeceiras do Piauí, a 93 quilômetros de Teresina, muitas mães não sabem o que é o exame.
“Em uma questão de tempo eu espero que a gente vá ter, daqui a muito pouco tempo, 100% de cobertura que é o objetivo de todos nós”, avalia a presidente da Sociedade Brasileira de Triagem Neonatal, Tânia de Carvalho.
O problema é que os bebês não podem esperar. A corrida contra o tempo foi o que salvou Rodrigo, há mais de 20 anos. Hoje, ele só precisa se preocupar com a dieta, para levar uma vida normal.
“O maior beneficiado sou eu”, afirma."
Para ver a reportagem na íntegra: http://fantastico.globo.com/Jornalismo/Fantastico/0,,AA1165284-4005-0-0-26032006,00.html
by: Amanda Biete
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